PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Da City Londrina

Calote é um padrão argentino e país vira "pária financeiro", diz The Economist

Revista britânica rebate argumento da Casa Rosada e diz que seria possível pagar credores sem mudar condições dos demais investidores da dívida argentina

Por Fernando Nakagawa e Twitter @fnakagawa
Atualização:

A nova edição da revista The Economist publica editorial com forte crítica ao governo Cristina Kirchner que fracassou na tentativa de chegar a um acordo com os credores da dívida externa. Para a publicação britânica, o calote é o "padrão de comportamento do governo argentino" e o país parece novamente um "pária" do mundo financeiro.

 Foto: Estadão

PUBLICIDADE

Com o título "Oito vezes azarado", a Economist lembra que a falta de acordo na noite de 30 de julho com os credores gerou a oitava situação de default da Argentina desde 1824. Tantas situações de não pagamento fazem com que "a maioria dos investidores veja um padrão de comportamento nisso".

A Economist rebate o argumento argentino de que, se aceitasse as condições exigidas pelos fundos classificados de "abutres" pela Casa Rosada, seria exigido tratamento idêntico para todos os demais investidores. "Porque a Argentina não teria pago os holdouts voluntariamente, mas por uma ordem judicial", argumenta a revista. "Além disso, alguns donos de títulos reestruturados já haviam concordado em renunciar a seus direitos".

 Foto: Estadão

A publicação mostra ainda em um gráfico que vários emergentes têm o calote como um fato relativamente comum. Desde 1820, Equador e Venezuela entraram em default dez vezes. Uruguai, Costa Rica, Brasil e Chile tiveram essa situação nove vezes e Argentina, Peru, México e Turquia deram calote oito vezes. A diferença é que Argentina, Equador, Venezuela e Uruguai enfrentaram essa situação recentemente - todos após o ano 2000. Outros emissores como Brasil, México e Chile enfrentaram essa situação pela última vez no início dos anos 1980.

 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.