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Os desafios do pré-namoro

Diane Kruger: A atriz alemã é tão bonita que eu aceitaria ser pré-namorado, pré-marido... para falar a verdade, pré-qualquer coisa dela

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Por Redação
Atualização:

A curiosa expressão usada no título desta coluna nasceu a partir do comentário de uma amiga, que tentava por vias menos convencionais explicar o tipo de relação em que ela estava envolvida.

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Eu sei, hoje em dia é muito difícil determinar o tipo de relacionamento que se tem. Com exceção dos termos definidos explicitamente pelo Poder Judiciário ('solteiro', 'casado', 'divorciado', 'detido para averiguação', sei lá), não nos resta muita opção a não ser imaginar uma definição própria, caso a caso. É sempre bom ressaltar que a outra parte envolvida deve ser informada do status da relação, para evitar complicações e cenas indesejáveis.

Voltando à minha amiga, ela disse que estava pré-namorando porque não conseguiu encontrar uma definição melhor. Do ponto de vista antropológico/semântico eu achei superinteressante. Ela ainda não estava namorando, mas já havia saído com o cara vezes demais para considerá-lo apenas um 'rolo'. Portanto, ela estava... pré-namorando. É simples, é quase óbvio.

Isso nos leva a um novo patamar de discussão. A partir de quando, por exemplo, alguém está pré-namorando? E quando começa então o namoro propriamente dito? Ah, sei lá. Problema seu. Ou meu, se fosse o caso.

Sociedades pós-modernas enfrentam esse tipo de situação em várias áreas. Da mesma maneira que expressões maniqueístas estão cada vez mais fora de moda, as relações humanas também passam por revisões radicais nunca antes enfrentadas. Nossos bisavós nunca imaginariam que um casal formado por dois homens poderia se casar legalmente e adotar uma criança, o que acontece em alguns locais civilizados do mundo. Tudo bem, é um exemplo extremo. Descobrir se você está ficando ou namorando deveria ser muito mais simples.

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Mas não é, pelo jeito. Se você sai com alguém três ou quatro vezes acredito que algum tipo de vínculo está sendo criado. Mas qual? Na terceira vez o cara é apenas um rolo e, na quarta, automaticamente ele se transforma em um namorado? Ou será que para isso é necessário pedir a garota em namoro? Uau, lembro que eu fazia algo assim na quinta série, mas não sei se isso ainda acontece depois que a gente começa a fazer a barba.

Talvez seja a hora de voltar a esses tempos, quando as coisas eram mais claras e a gente sabia um pouquinho melhor o que estava acontecendo. Ter um relacionamento já é uma coisa tão complexa que a gente não precisa complicar ainda mais criando expressões novas para as coisas eternas do nosso velho coração.

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