Filosofia de boteco: Capítulo número... sei lá, esqueci

Cerveja: Ajudando gente feia a transar desde 1862

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Por Redação
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Poucas coisas na vida são mais gostosas do que sair com os amigos para tomar cerveja e ficar falando besteira. Quem acompanha esta coluna sabe que tenho o (estranho) hábito de anotar essas conversas em guardanapos de papel. É incrível constatar que algumas dessas histórias dizem muito sobre a condição humana e o comportamento masculino. O quê, exatamente, eu nunca descobri. Mas talvez você possa fazer a sua própria interpretação dessa filosofia de boteco.

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Feche os olhos e imagine um barzinho da Vila Madalena com quatro caras sentados numa mesa de ferro minúscula e algumas (muitas) bolachas de chope sobre a mesa. Pois é. Os papos nasceram nesse lindo local. Se fosse no campo, seria um cenário bucólico. Como foi no boteco, foi um cenário 'botecólico' (desculpe, essa foi péssima).

Você conhece alguém Flex? Descobrimos que um dos nossos amigos é Flex: ele gosta de cerveja, mas 'roda' com qualquer combustível... Foi ele quem contou que chegou a sair com duas garotas que tinham o mesmo nome. Só que, por descuido, anotou apenas o primeiro nome das duas na agenda do celular, e sempre se confundia na hora de ligar. Ele queria sair com uma, mas acabava errando e ligando para a outra. Deu para entender? Achamos muito absurdo para ser verdade. Ele garantiu que era.

Tem coisa mais chata do que gente que arruma confusão na balada? Arranja briga, ou perde o cartão de consumação, ou esquece o celular e obriga o amigo a voltar para pegar, ou discute com uma garota que está na mesa do lado, ou só vê que esqueceu o convite na porta da festa... Todos concordaram que isso é inaceitável e que tal pessoa deve ser excluída do convívio social. Do nosso, pelo menos.

Outro cara na mesa começou a falar sobre uma garota com quem ele sai. O problema foi que ele a definiu como 'a minha peguete'. Como assim, 'peguete'? Perguntamos a idade dele e constatamos que era ridículo um marmanjo daqueles chamar uma garota de 'peguete', por mais que ele esteja, bem... pegando. A expressão virou o apelido desse cara desde então. Coitado.

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Outro amigo (você reparou que eu só fico ouvindo, né?) contou uma história chocante: confessou que estava saindo com a irmã mais nova da ex-namorada com quem ele manteve um relacionamento durante sete anos. Ficamos revoltados, até que ele puxou o celular e mostrou uma foto da garota. Ela era linda. E ele foi imediatamente perdoado.

Depois de tantas histórias interessantes, pedimos a conta e fomos embora. Ao chegar em casa, descobri que poucas coisas na vida são tão divertidas quanto tentar entender uns garranchos escritos à mão em um guardanapo de papel.

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