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O dia a dia dos alunos Curso Estado de Jornalismo

Um jornal só com boas notícias

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Por Redação
Atualização:

Nestes mais de 70 dias de Curso, vimos, e ainda estamos vendo, todo o processo de como é que se faz um jornal: seus desafios diários, a disputa com a concorrência, a busca pela qualidade. A jornalista recém-formada Júlia Couto, de 24 anos, resolveu encarar todas essas questões e investir no jornalismo impresso - literalmente. E com um detalhe: dando apenas boas notícias para seus leitores. Isso mesmo. Júlia, formada pela PUC-SP, criou, em sociedade com o publicitário Alan Rossi, o Paparazzi, o primeiro jornal gratuito a circular em Mogi Mirim (150 Km de São Paulo). A estreia foi no dia 22 de outubro, aniversário da cidade.

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Confira a entrevista em que Júlia conta como foi o processo de criar um jornal quinzenal gratuito e as suas expectativas. Afinal, quem nunca pensou - ou se imaginou criando - o próprio meio de comunicação, não é mesmo, focas? É uma experiência que vale a pena ser compartilhada.

É possível um jornal só de boas notícias?

Sim. É para deixar o clima do jornal mais leve. A nossa parte quente são as coberturas de festas e também da programação cultural da cidade.

Há espaço para este tipo de publicação?

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Paparazzi, além de ter só boas notícias, ainda tem mais um desafio: ser gratuito. Ele é o primeiro produto deste tipo que roda na cidade. Os moradores ainda não se acostumaram com a presença de pessoas nos semáforos distribuindo gratuitamente jornal. Além disso, as empresas da cidade não possuem, na maioria das vezes, uma organização e um planejamento para gastos publicitários, então a venda de publicidades é uma coisa complicada.

Por que você escolheu um jornal impresso em vez da internet?

Foi complicado, mas acho que o meio jornal só surgiu como opção porque estamos lidando com uma cidade do interior, onde, por mais que a internet já esteja mega difundida, ainda existe um espaço grande e importante dedicado ao jornal. Além disso, sempre pensamos em utilizar a internet como um meio complementar, algo que os jornais da região ainda não fazem de maneira tão ativa. Nossa página do Facebook é atualizada diariamente e, em longo prazo, criar um site também está nos nossos planos.

Como você contratou sua equipe?

A equipe é bem reduzida. Temos um fotógrafo, que faz toda a cobertura de festas e fotos dos eventos da cidade. Eu fico responsável pela elaboração das matérias e das chamadas e toda a parte de revisão. E o Alan cuida da parte da venda de anúncios e dos contatos comerciais. Além disso, temos um diagramador.

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Foi feito algum tipo de estudo de mercado antes do lançamento do jornal?

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Fizemos uma pesquisa relativamente grande do mercado, para ver periodicidade, tiragem e, principalmente, o valor dos anúncios, pois não podemos fugir muito daquilo que é cobrado pelos outros jornais locais. Também nos preocupamos em oferecer um trabalho diferenciado, ou seja, os anúncios são muito mais elaborados e caprichados do que aqueles que são oferecidos pela "concorrência", até para agregar um valor maior ao nosso produto na hora de vender esses anúncios.

Qual a expectativa de vocês em relação ao futuro do Paparazzi?

Acho que o futuro é promissor. Até conquistar aquilo que sonhamos ainda vamos demorar pelo menos um ano, mas nosso objetivo é fazer um produto de qualidade editorial e gráfica. Estamos apenas na 3ª edição e muita coisa ainda precisa ser melhorada, mas o importante é acreditar na ideia, e nós acreditamos muito. Se daqui um tempo este produto começar a ser copiado, aí sim teremos certeza que criamos uma tendência, mas por enquanto não.

Lidiane Ferreira, de 24 anos, é formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero

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