(Nota mental: sempre levar protetor solar. Mesmo com um frio absurdo, o sol de São Paulo queima. E muito.)
Depois do tour, cada um saiu para caçar uma pauta nas ruas do centro. Confesso que achei que seria mais simples, afinal com tanta gente circulando e tanta coisa acontecendo, pauta não iria faltar. Meu olhar estrangeiro pareceu me atrapalhar um pouco. Conhecer a dinâmica da cidade e perceber o que é clichê por aqui pode levar um tempo, e esta era minha principal preocupação: fugir de temas batidos.
Circulei por algumas horas pelo centro, sem muita pressa, observando as coisas, até achar ter encontrado minha pauta. Entrevistei o José, um artista de rua que conversava com "bonecas videntes" para ler a sorte das pessoas. Era um personagem excêntrico, mas pouco disposto a falar sobre si. Consegui arrancar as informações que queria, mas fui embora nem um pouco satisfeita.
Na volta para casa, vi o piano que está instalado na Estação da Sé desde março, à disposição de quem quiser tocar. Gastei mais uns minutos por ali, olhando a aglomeração que se formava. Às 13h, achei o Mario e o Paulo, dupla que se encontra todos os sábados no piano da Sé para aulas de música. Sábado era a primeira vez que Mario tocava para a família e amigos depois de cinco meses de aulas.
Pauta salva, hora de enfrentar a Linha 3-Vermelha do Metrô, que não fica vazia nem no fim de semana.
Cecília Cussioli, de 22 anos, é formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)