Acho grave um estudante de Publicidade não saber escrever anexo. E em pior situação está um estudante de RP que desconhece a grafia de autorizar. E é triste ver um jornalista escrever em seu bloquinho que seu entrevistado é uma "excessão".
Apesar do drama, não acho que isso seja a doença, mas um sintoma.
Os estudantes de Jornalismo, em geral, esperam que a universidade dê o pacote completo. A maioria espera sair expert em redação, anseiam felizes e satisfeitos que seus professores cuspam os leads dos melhores livros, e que isso seja o suficiente para formar toda sua bagagem teórica. Não vão além do arroz e feijão da academia.
É sempre um exercício interessante perguntar para pessoas diferentes, da mesma turma da faculdade, o que cada uma achou do curso. As respostas vão de "péssimo" a "fascinante". Pergunto: quem está errado? Ninguém.
É o jornalista que faz a faculdade, é o foca que faz o curso. São as suas referências pessoais que determinam a quantidade e a qualidade das informações que você retém das aulas e da redação. Na nossa profissão, tem que ler e estudar, sim e sempre. E na 22ª turma de focas, há 30 cursos em andamento. Cada um aprende o que quer, o que consegue.
O diferencial do bom jornalista é ele perceber que para ser um bom profissional, ele dever ser, no mínimo, um ser humano interessante. Tem que ter a pegada com informação, tem que ir além do preto-no-branco. Jornalista bom não pode acreditar em tudo, muito menos de primeira. É preciso investigar, debulhar dados, ser insatisfeito, ser "humilde sem ser subserviente", como se diz aqui no Curso. Jornalista bom segue o ditado que o repórter especial Lourival Sant'Anna ensinou para os focas: "A sua mãe diz que te ama? Cheque".
Natália Peixoto Rodrigues, de 24 anos, é formada em Jornalismo pela PUC-SP