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Política paulistana

Sem lugar na "Copa do Povo", sem-teto avança na mata do Parque do Carmo

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Por Diego Zanchetta
Atualização:

Em seu terceiro dia, a ocupação "Copa do Povo", na região de Itaquera, na zona leste, já não tem mais espaço para nenhum barraco. Hoje, por volta das 15 horas, quem chegava para tentar garantir um lugar no terreno de 155 mil metros quadrados já era avisado para desistir pelos coordenadores do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto. Alguns ignoravam os apelos e começaram a entrar na parte da mata do Parque do Carmo, uma área de preservação permanente.

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"Estamos pedindo para ninguém cortar as árvores da mata, só os bambus aqui do terreno da ocupação", afirma Laura Cristina da Silva, de 26 anos, uma das lideranças do MTST. Mas cerca de 20 famílias ignoraram os apelos e começaram a entrar na área da mata fechada, por volta das 15h30. Eles cortavam árvores e lírios para erguer os barracos, em uma área com dois córregos próximos.

O MTST não vai numerar ou contar para cadastro as famílias que invadirem áreas do Parque do Carmo localizadas fora do perímetro do terreno particular invadido no sábado.

Quem conseguiu montar um barraco no terreno da ocupação está recebendo água e alimento do MTST. A entidade montou sua base em um estande de incorporadora abandonado - no local há cozinha, dois banheiros, dois chuveiros e depósito de alimentos.

Assim como fez após as ocupações Faixa de Gaza e Nova Palestina, ambas na zona sul, o MTST quer forçar o governo a declarar o terreno da zona leste de interesse social e reservá-lo para a construção de moradias populares. Para isso, os líderes da entidade querem forçar os vereadores a incluir uma emenda na segunda votação do Plano Diretor, prevista para ocorrer até o final deste mês na Câmara Municipal.

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"Dessa vez vamos mobilizar 10 mil pessoas para levar pra frente da Câmara", afirma Guilherme Boulos, coordenador do MTST.

Uma outra ocupação com cerca de 150 barracos também foi montada desde sábado pelo MTST na Penha, em terreno da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), na rua Gabriela Mistral, ao lado do Viaduto Carvalho Pinto. As famílias chegaram a desocupar a área ontem à tarde, após negociação com o governo estadual, mas voltaram após duas horas.

Sem-teto avança em área de mata do Parque do Carmo: MTST tenta conter barracos em área de preservação permanente Foto: Estadão

 

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