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Política paulistana

Homenagem à Rota é barrada pela 3ª vez e racha base de Haddad

Por Diego Zanchetta
Atualização:

Por falta de 1 voto, a concessão de "Salva de Prata" para a Rota (tropa de elite da PM) ficou pendente de votação na Câmara Municipal de São Paulo pela terceira vez consecutiva. A homenagem teve 36 votos favoráveis e 14 contrários, incluindo o voto "não" do presidente José Américo (PT), o que provocou a ira de aliados da base governista e na bancada do PSDB.

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A rejeição mais uma vez aconteceu após o vereador Toninho Vespoli (PSOL) pedir votação nominal no plenário. Em seguida, lideranças governistas e opositores se uniram para derrubar a sessão, em retaliação à bancada do PT, que votou contra a Salva de Prata. Havia acordo para votar a homenagem e, em seguida, um pacote do governo que incluía mudanças tributárias no ISS e no IPTU e um pacote de benefícios para a zona leste.

"Se não passou a homenagem do PSDB, como previa o acordo, agora não temos motivos para continuar as outras votações", afirmou Roberto Tripoli (PV), vereador mais votado de São Paulo e um dos mais influentes da Casa - ele está no sétimo mandato consecutivo. O vereador Coronel Telhada (PSDB), autor do projeto, promete obstruir qualquer projeto dos 14 parlamentares que votaram contra sua proposta de homenagear a Rota.

"Agora eu me sinto ainda mais à vontade. Antes falavam que havia acordos (para votação). Agora não tem mais acordo. Quem faz acordo é bandido, e a Rota não faz acordo com ninguém", disparou o coronel. "Tem muito vereador aqui que fala bem da Rota pra mim, que usa segurança particular da Rota. Mas que, na hora H, vai lá e vota não", acrescentou Telhada, sem citar nomes.

Na terça-feira o projeto também ficou pendente da votação ao ter 32 sim e 13 não. "Enquanto não se votar a homenagem à Rota não se vota mais nada aqui na Casa. E isso não tem nada a ver com a Rota. Tem a ver com o princípio de que cada vereador tem o direito de conceder oito homenagens ao longo de seus quatro anos de mandato", argumentou Floriano Pesaro, líder do PSDB.

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Outros líderes governistas como Paulo Frange (PTB) e Rubens Calvo (PMDB) ficaram irritados com os votos contrários dos vereadores petistas e também ajudaram a derrubar a sessão extraordinária de hoje. "Pelo histórico da Rota a bancada do PT jamais poderia votar a favor desse projeto", justificou Alfredinho, líder da bancada do PT, a maior do Legislativo paulistano com 11 vereadores.

JULIANA CARDOSO ARTICULOU VOTO CONTRA DO PT

A bancada do PT só votou contra a proposta após articulação da vereadora Juliana Cardoso (PT), que cobrou de seus colegas o voto contrário à proposta. Tanto que o líder de governo Arselino Tatto (PT) e o presidente Zé Américo (PT) avaliaram que o líder Alfredinho não soube impor à bancada uma posição de "abstenção", o que deixaria a proposta ser aprovada e não atrapalharia o cronograma de votações do Executivo.

Logo após a sessão ser suspensa hoje à tarde, a presidência da Casa aceitou requerimento da bancada do PSDB que exige a vaga de Toninho Vespoli (PSOL) na Comissão de Direitos Humanos para o líder tucano Floriano Pesaro.

 

 Foto: Estadão

 

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