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Política paulistana

Aliado aprova contas de Kassab no TCM

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Por Diego Zanchetta
Atualização:

COM TIAGO DANTAS

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Indicado ao Tribunal de Contas do Município (TCM) por Gilberto Kassab (PSD) em junho do ano passado, o conselheiro Domingos Dissei é quem aprova no sábado, como relator, as contas do ex-prefeito em 2012, seu último ano de governo.

Aliado de Kassab e ex-secretário na gestão Celso Pitta (1997-2000), Dissei não julgou irregular o fato, por exemplo, de o ex-prefeito ter deixado o cargo sem concluir 64% das metas listadas na Agenda 2009-2012, uma lei aprovada pela Câmara Municipal.

Dissei, antes vereador pelo PSD de Kassab, ocupou a vaga de Antônio Carlos Caruso, que se aposentou em dezembro do ano passado ao completar 70 anos. Procurado, o TCM informou que não vê empecilho jurídico ou ético em Dissei ser o relator das contas deixadas por Kassab. A assessoria de imprensa do tribunal diz que ele herdou uma análise que seria feita por Caruso.

"O regimento interno do TCM, com base na legislação vigente, prevê que, no caso de vacância, os processos correspondentes serão redistribuídos ao conselheiro que assumir. Isso é prática em todos os tribunais de contas do Brasil", informou o órgão.

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Se julgasse ilegal o fato de Kassab não ter zerado o déficit de vagas nas creches, por exemplo, como ele havia prometido em seu plano de metas, Dissei poderia tornar inelegível seu antigo aliado pelos próximos oito anos. Na Saúde, área na qual Kassab chegou ao fim de seu mandato sem acabar a construção de 3 hospitais e de 50 Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs) Sorriso, como ele havia prometido, Dissei também não viu irregularidades que poderiam resultar na rejeição das contas do ex-prefeito.

Dissei foi parlamentar do Legislativo municipal entre 1997 e 2012. Em 2009, chegou a ter o mandato cassado pela Justiça em 2009 por ter recebido doações supostamente ilegais da AIB (Associação Imobiliária Brasileira). A entidade -apontada como fachada do Secovi (sindicato do setor imobiliário)- doou, em 2008, R$ 145 mil a Dissei, o que representou 29% de tudo o que ele havia arrecadado para a campanha. Outros 12 vereadores também foram cassados, mas todos conseguiram suspender a decisão judicial.

Em 2011 Dissei saiu do DEM para integrar o PSD de Kassab. A mudança de partido à época já fazia parte de acordo com o ex-prefeito para a indicação do vereador, ligado ao mercado da construção civil, ao TCM. Dissei também apoiou em 2011 o então candidato de Kassab à presidência da Câmara, José Police Neto (PSD).

 

O então vereador Domingos Dissei, que hoje está TCM: contas da última gestão do aliado Kassab aprovadas Foto: Estadão
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