Curiosidades dos 120 anos da Avenida Paulista

Com o crescimento da cidade de São Paulo durante o século 19, era necessário ocupar novas áreas residenciais. O engenheiro uruguaio Joaquim Eugênio de Lima incentivou os paulistanos a adquirir terrenos na região que hoje é famosa por sediar a Avenida Paulista.  Na época, havia ali apenas uma trilha de bois que cruzava a Mata do Caguaçu, um trecho de mata atlântica.

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

A via foi inaugurada em 1891 e completa 120 anos hoje. Ela tem 2 670 metros de extensão - e, segundo os paulistanos, é como o casamento: "começa no Paraíso e termina na Consolação". Todos os dias passam pela avenida 750 mil pedestres e 90 mil veículos. O Blog do Curiocidade selecionou fatos curiosos a respeito da avenida que é símbolo de São Paulo:

 Foto: Estadão

PUBLICIDADE

Diariamente, uma sirene toca ao meio-dia no prédio da Gazeta. A ideia foi do jornalista Cásper Líbero, que acionava o sinal toda vez que uma nova edição do jornal A Gazeta era fechada. A tradição foi mantida mesmo depois de 1979, quando o periódico deixou de ser publicado.

Em 1927, quando morreu Carlos de Campos, presidente de São Paulo (título que equivale ao de governador atualmente),a Avenida Paulista foi rebatizada em homenagem ao político. A mudança não foi bem aceita, o que causou o retorno ao nome original no começo da década de 1930.

Existem duas versões para a pedra que fica embaixo do vão livre do MASP: a primeira, oficial, diz que é uma comemoração pela mudança do acervo, que antes ficava na Rua Sete de Abril, para a Avenida Paulista em 1968. A outra garante que a arquiteta responsável pelo projeto, Lina Bo Bardi, escolheu a pedra porque seu formato a lembrava a silhueta de Assis Chateaubriand, fundador do museu.

A nova sede do MASP foi inaugurada na presença de Elizabeth II, rainha do Reino Unido e de mais 15 países, além de líder suprema da igreja anglicana. Ela veio ao Brasil para fortalecer laços comerciais com o governo Costa e Silva - que, 32 dias depois, declararia o AI-5.

Publicidade

Como primeiro nome, o parque Trianon, inaugurado em 1892, era chamado de Parque Villon, já que foi projetado pelo francês Paul Villon - mesmo projetista dos jardins do Palácio do Catete, no Rio de Janeiro. O apelido Trianon veio de um clube que ficava em frente ao parque. Chamava-se Belvedere Trianon e foi inaugurado em 1916, com projeto de Ramos de Azevedo. Em 1951, foi demolido. O MASP ocupa o local. O nome oficial do parque, no entanto, é Tenente Siqueira Campos. Homenageia um herói da Revolta dos 18 do Forte de Copacabana (tiroteio entre 18 revoltosos e 3 mil soldados governistas, em 1922), Antônio de Siqueira Campos. No Parque Trianon, está a única porção da Mata Atlântica que ainda existe na região da avenida.

Construída em 1935, a Casa das Rosas foi o último projeto que o arquiteto Ramos de Azevedo fez na vida - ele faleceu poucos meses após concluí-lo, em 1928. A casa, originalmente, abrigava Lúcia Azevedo Dias de Castro, uma de suas filhas.

A mansão da família Matarazzo tinha 13 mil metros quadrados e foi na década de 1940. Tinha 16 salas e19 quartos. Em 1989, os Matarazzo já tinham tentado implodir o imóvel, que resistiu aos explosivos. Em 1996, a mansão foi demolida e deu lugar a um estacionamento. Agora, o local sediará um shopping center.

No sábado de Carnaval de 1981, um incêndio de grandes proporções tomou o Edifício Grande Avenida, próximo à esquina com a Rua Peixoto Gomide. Foram 17 mortos e 53 feridos, mesmo com poucas pessoas trabalhando no local por causa do feriado.

Por que a estação Consolação de metrô fica na Avenida Paulista e a estação Paulista fica na Rua da Consolação? A explicação oficial do Metrô é a "referência urbana" - para os usuários da Linha 2-Verde, que passa por baixo da Paulista, a referência mais importante é a Rua da Consolação, enquanto é mais relevante para os passageiros da Linha 4-Amarela, que desce a Consolação, saber que a estação fica mais perto da Avenida Paulista.

Publicidade

(Com colaboração de Míriam Castro e foto de Julio Szymanski/AE)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.