O balanço do Alabama Shakes

PEDRO ANTUNES

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Por Redação
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A capa do semanário inglês NME estampava, em letras enormes: "Alabama Shakes, a maior nova banda do mundo", na semana passada. Gente como Alex Turner (vocalista do Arctic Monkeys), Jack White, Jarvis Cooker (do Pulp), os integrandes do The Strokes e Mark Foster (do Foster The People), entre outros artistas consagrados pela crítica caíram de joelhos pelo novo talento que vem da pequena cidade de Athens, do Estado americano do Alabama.

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Entre os 20 mil habitantes, a vocalista Brittany Howard, de 23 anos, é uma joia já lapidada e pronta para iluminar o mundo. Dona de uma das vozes mais poderosas dos últimos anos, a cantora desbancou, com sua banda, a poderosa e melancólica Adele do topo das paradas britânicas.

Brittany, que há um ano era funcionária do US Postal Service (serviço de correios dos Estados Unidos), carrega o sofrimento de Adele, mas vai além. Sintetiza todo o poder do blues americana, gênero de raiz que funde rock, blues, R&B, country e folk. Ponha num caldeirão Aretha Franklin, Janis Joplin, Etta James. O resultado será tão atual e ao mesmo retrô quanto Amy Winehouse foi em seus melhores dias.

O Alabama Shakes, formado também por Heath Fogg (guitarra), Zac Cockrell (baixo) e Steve Johnson (bateria), lançou seu primeiro álbum, Boys & Girls, em abril. No Brasil, ele chega agora pelo selo indie carioca LAB344. As credenciais do quarteto de Athens não poderiam ser melhores. São, sim, a banda mais falada do mundo.

Em entrevista ao JT, Brittany ainda se mostra surpresa com tudo isso. "Sentíamos que existia uma dinâmica em torno dele (do álbum), mas não tínhamos ideia do que iria acontecer", diz. "É uma sensação tão incrível que é difícil expressar em palavras. Eu sou verdadeiramente abençoada." Ela diz que a banda deverá vir ao Brasil em 2013 e mostrar, ao vivo, o poder de Boys & Girls.

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 Foto: Estadão

A NME diz que vocês são " nova maior banda do mundo". O que isso significa? É assustador?

É uma honra que alguém fale isso sobre a banda. Honestamente, estamos tão ocupados com a turnê que não tivemos a chance de ler muito o que foi escrito. Estamos focados em fazer bons shows.

Algo que chama a atenção no disco de vocês é a sinceridade, tanto nas letras quanto na melodia. O que guiou vocês durante a gravação?

Nossas músicas são definitivamente influenciadas pela nossa vida em Athens, Alabama. Honestamente, fizemos esse disco para nós mesmos. Questionávamos se ele algum dia viria a luz do dia, nem poderíamos imaginar a exposição que ganhamos. Não nos reunimos para formular um grande plano para conquistar o mundo da música.

Então o que passou pela cabeça de vocês quando acabaram de gravar Boys & Girls?

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Começamos a sentir que existia uma dinâmica em torno dele, mas não fazíamos ideia do que aconteceria depois. A música Hold On parece autobiográfica: uma adolescente que não imaginava que chegaria aos 22 anos. Essa aí é você? Quando você é jovem e está crescendo, às vezes pensa: "O que é que eu vou fazer quando crescer?". Especialmente quando você está se metendo em muitos problemas.

Mesmo assim, as canções parecem ser bem pessoas. Como é saber que agora pessoas do mundo inteiro conhecem os medos e desejos de Brittany Howard?

É incrível! Há um ano, eu estava entregando cartas no correio, sonhando com o dia que pediria demissão e iria viver de música. Agora, recebemos convites da Ásia, da Europa, Austrália, América do Sul. É um sentimento tão incrível que não dá para colocar em palavras. Eu sou verdadeiramente abençoada.

Críticos comparam sua voz com muitas outras. Você se inspirou em alguém quando começou?

Sempre fui autodidata, cantando na adolescência, treinando no quarto. Mas vejo as comparações como um elogio, apesar de não entender algumas coisas.

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Para terminar, vocês têm planos para vir ao Brasil?

Espero que em 2013. Estamos tentando dar um jeito. Estamos ouvindo coisas ótimas. Quero ter tempo para passear por aí.

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