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A grande obra do Pink Floyd faz 40 anos - parte 1

Irapuan Peixoto - site HQRock

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Por Redação
Atualização:

40 anos de um dos discos mais celebrados do rock.

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Há exatos 40 anos atrás, em março de 1973, chegava às lojas do mundo uma das obras musicais mais fortes, marcantes e de sucesso do século XX: o álbum Darkside of the Moon, da banda britânica Pink Floyd. Além de ser um dos pontos altos da carreira da banda e do chamado rock progressivo, a obra teve um impacto impressionante na época do lançamento e, ainda hoje, é um marco sonoro de grande valor, inteligência, beleza, crítica e ousadia. Tudo dentro de um pacote que ainda assim é acessível ao grande público.

Um dos discos de maior sucesso e popularidade da história do rock e dono de uma capa icônica espetacular, Darkside of the Moon não envelheceu com o tempo e sua sonoridade ainda remete a alguns dos experimentos do rock contemporâneo dos dias de hoje - vide por exemplo os últimos discos do Radiohead. Por isso mesmo, ouvi-lo e entendê-lo é uma tarefa essencial ao fã de rock ou de boa música em geral.

E se vivemos em uma época em que o formato "álbum" quase perdeu o sentido, ouvi-lo na íntegra e na sequência exata de suas 10 faixas é um exercício que o jovem ouvinte deveria se arriscar a tentar, para experimentar algo que, para ele, talvez ainda seja mais novo e impactante do que ao público do passado. Fica a dica...

Em comemoração aos 40 anos de seu lançamento, o HQRock traz um comentário geral sobre a obra e sua importância.

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Mente Danificada... Um início interrompido

A icônica capa criada por Storm Thorgerson.

Em primeiro lugar, só se compreende o disco Darkside of the Moon em sua completude quem conhece pelo menos um pouco a história do Pink Floyd antes do álbum. E vamos a ela, mesmo que rapidamente. O Pink Floyd surgiu da ideia de dois jovens estudantes de artes chamados Roger e crescidos em Cambridge, no interior da Inglaterra. George Roger Waters nasceu em Surrey em 1943, mas ficou órfão do pai antes de completar um ano de idade, já que ele morreu como combatente na II Guerra Mundial, com sua mãe viúva mudando-se para aquela famosa cidade universitária da Inglaterra. Enquanto isso, Roger Keith Barrett nasceu em 1946, em Cambridge, filho de um renomado médico.

Os dois se tornaram amigos na adolescência e se reencontraram em Londres por volta de 1964, onde Waters estudava arquitetura (na época, parte das artes) e Barrett, já usando o apelido "Syd" no lugar do nome verdadeiro, tentava o caminho das artes plásticas. Em Londres, a dupla de Cambridge se uniu ao tecladista Richard Wright e ao baterista Nick Mason, numa banda que teve algumas formações e vários nomes diferentes a partir de 1965 até chegar ao nome de Pink Floyd, criado por Barrett a partir de dois bluesmen obscuros do passado. Ascendendo na cena alternativa em torno do psicodelismo em 1966, o grupo virou uma sensação entre os "entendidos" por seu som espacial, aleatório, cheio de longas e improvisadas passagens instrumentais. As composições fortes de Syd Barrett (cantor e guitarrista) também eram um diferencial que garantiu uma disputa entre gravadoras para contratá-los, resultando no acordo com a gigante EMI, a mesma gravadora dos Beatles.

O Pink Floyd original em 1967, com Syd Barrett (esq.).

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O Pink Floyd estreou nos discos em 1967 e seu impacto só aumentou. Seus primeiros singles e o álbum The Piper at the Gates of Dawn viraram trilha sonora dos doidões de Londres e causaram grande influência. Contudo, isso teve um preço: o sucesso, a fama e as engrenagens da indústria musical afetaram Barrett sobremaneira, que começou a perder a razão. Ao final daquele ano, o músico já estava praticamente incapacitado de cantar, tocar e compor, perdido num mundo errático e inconstante. Loucura, diriam alguns.

Sua saída da banda era inevitável e, para substituí-lo, o baixista Roger Waters chamou outro velho amigo de Cambridge: David Gilmour, que tinha uma banda que tocava na França de vez em quando. Nos primeiros meses de 1968, o Pink Floyd tentou existir como um quinteto, fazendo shows e gravando seu segundo álbum, mas Barrett foi inteiramente desligado, com Gilmour assumindo o papel de guitarrista e cantor. Waters e Wright passaram a dividir o fardo das composições. (Barrett tentaria uma carreira solo pouco depois, com dois bons discos produzidos pelos amigos Gilmour e Waters, mas seu estado mental não permitiu as coisas irem muito longe).

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