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O lado livre da internet

There is no free lunch!

Software grátis? Software pago? Qual a melhor alternativa para o desenvolvimento e o financiamento do software?

Por CCSL
Atualização:
 Foto: Estadão

Por Alfredo Goldman*

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Essa frase é uma expressão americana muito usada, praticamente um ditado popular, e seu significado é bem claro: nada é de graça ("não existe almoço grátis"). Uma das variações mais divertidas é o "there is no free beer" ("não existe cerveja grátis"). Mas será que isso é verdade mesmo? Vou fazer uma análise em três partes, começando com o aparentemente gratuito, indo para o pago e chegando à solução (ops, assim este post não terá mistério algum!).

Atualmente há uma enorme quantidade de aplicativos e programas gratuitos por aí; basta pegar e usar. No entanto, boa parte deles tem ou limitações propositais ou propagandas. Vamos por exemplo, olhar os aplicativos para celular: boa parte dos gratuitos possuem banners ou pausas para propaganda, com o objetivo de garantir algum retorno financeiro para o desenvolvedor.

Alguns desses programas são disponibilizados numa versão paga que não apresenta essas propagandas. Outra estratégia que tem um bom espaço no ecossistema de celulares é o fornecimento gratuito de versões limitadas e a venda de versões completas. A ideia é que, após ter um gostinho do programa, o usuário se disporá a pagar pelos recursos adicionais da versão completa.

Ainda outra é oferecer jogos gratuitos nos quais, para progredir, demora-se bastante tempo, a não ser que se compre, com dinheiro real, vantagens como o dinheiro do jogo ou poderes especiais. Logo, apesar de ser uma categoria que aparenta ser gratuita, há um modelo comercial imediato por trás que parte do princípio de gerar dificuldades artificiais para vender a "solução" para elas.

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O mesmo ocorre com serviços gratuitos oferecidos por grandes buscadores, provedores de e-mail e redes sociais. Apenas como exemplo, cito que tenho vários serviços gratuitos no meu celular (Android) e achei impressionante que na minha última viagem, ao chegar em Brasília, me foi proposta a rota para o hotel em que eu estava (informação que estava em meu e-mail...).

Já que os programas gratuitos têm essas limitações, uma solução seria pagar e, assim, ter a garantia de que o produto funciona da melhor maneira possível. Existe a crença de que, ao pagar caro, o produto ou serviço será de boa qualidade mas, infelizmente, isso nem sempre é verdade.

Há diversos contra exemplos, mas vou apenas citar o exemplo recente do sistema de  vistos do consulado americano, baseado em uma solução de banco de dados extremamente robusta e cara. Acho que todos os brasileiros já ouviram falar dessa história (que merece um post exclusivo).

O problema dessas abordagens (pagamento de licenças, versões pagas "melhoradas", facilidades no jogo) é, como mencionado, a criação de limitações artificiais ao que o programa pode fazer. A alternativa são, justamente, o software livre e o conhecimento aberto, que prezam a ideia de fazer o software mais útil possível para o maior número de pessoas possível, com o conhecimento o mais aberto possível.

Existem mecanismos para viabilizar comercialmente alguns tipos de software livre ou sítios com informações abertas; outros vivem apenas da comunidade de usuários interessados; outros, ainda, são fruto de ONGs, como por exemplo a Wikipedia ou o Firefox, que vivem de doações. Existe sim, uma luz no final do túnel...

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*Alfredo Goldman é Professor de Ciência da Computação no IME/USP e diretor do CCSL-IME/USP

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