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Arquitetura, decoração e design

Admirável design novo

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Por Ana Garrido
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Marcelo Lima ? O Estado de S.Paulo

  Um mundo em crise e que se prenuncia cada vez mais virtual e menos materializado. De norte a sul do planeta, em maior ou menor grau, as evidências saltam aos olhos. Mas, a julgar pelas notícias que nos chegam de Milão, onde, em pouco mais de uma semana, a 52.ª edição do Salão Internacional do Móvel abre suas portas, o cenário pode não ser assim tão pouco promissor. Ou, ao menos, não tão sombrio quanto parece.   Um desejo de renascimento, de adotar um estilo de vida mais ancorado na realidade ? e menos no supérfluo ?, parece dominar a pauta dos designers e fabricantes que fazem de Milão o evento número um do setor. Uma enorme quermesse que tem seu epicentro no complexo expositivo de Rho-Pero ? onde são aguardados 2.500 expositores, de 160 países, e 300 mil visitantes ?, mas que, na prática, engloba toda a cidade italiana.   ?Se eu fosse indicar um único evento imperdível da temporada 2013 citaria Escritórios para Viver?, revela Claudio Luti, presidente da Kartell e, agora, no comando do Cosmit, o comitê organizador do Salão. A instituição patrocina o projeto assinado pelo francês Jean Nouvel: uma estrutura de 1.200 m², montada dentro do Salão Ufficio, na qual o arquiteto pretende mostrar a intensa simbiose existente hoje entre os espaços de vida e trabalho.   Outro dos eventos patrocinados pela entidade, Artesanato & Design: Juntos pela Indústria será o tema da 16.ª edição do Salão Satélite, mostra que promove projetos de designers de até 35 anos, selecionados por um júri convocado pela curadora Marva Griffin. Aberto ao público em geral, três workshops ? para o vidro, a madeira e o metal ? vão demonstrar como artesãos e operários trabalham os materiais.   Entre as atrações ?fuori-saloni? ? expressão empregada pelos locais para designar as mostras e eventos que acontecem fora dos pavilhões do Salão do Móvel ?, todas as atenções se voltam para o circuito Ventura-Lambrate. Uma das destinações que mais têm atraído os visitantes nos últimos anos, graças à sua azeitada combinação de qualidade e experimentalismo, temperada por uma boa dose de improviso.   Além do design de vanguarda produzido por alunos de escolas renomadas da Alemanha e Holanda, como a academia de Eindhoven, quem circular por lá poderá conferir um rico panorama do que é criado hoje no norte da Europa. Trabalhos consistentes, como o do holandês Robert Bronwasser, que, com a marca Smool, tem se dedicado a redesenhar os objetos de uso cotidiano. Ou, ainda, a produção de qualidade, em escala limitada, de uma das mais badaladas grifes inglesas, a Established & Sons.   Apesar de menos aberto a experimentações, o tradicional circuito da Via Tortona ? que não acontece apenas na rua de mesmo nome, mas também nas adjacentes ?, merece uma visita prolongada. Além de sediar o Temporary Museum of Design, no Superstudio Più, hospeda marcas do primeiro time. Caso das italianas Cappellini, Cassina e Poltrona Frau e da holandesa Moooi.   Ponto de parada obrigatório para todos os interessados nos rumos do design internacional, a Fundação Trienalle de Milão preparou uma programação intensa. Com duas retrospectivas previstas ? uma dedicada a Philippe Starck e outra ao designer Pierluigi Acorn ?, a instituição promete ainda duas mostras temáticas: uma com foco no design belga e, outra, na tradição artesanal dos países do extremo Oriente.   Tendo como sede o Museu de Ciência e Tecnologia de Milão, a Most, que pretende se constituir em uma nova plataforma de exposições, anuncia como presença confirmada o inglês Tom Dixon. Enquanto isso, não muito longe dali, uma parceria improvável revela potencial para atrair uma multidão: sem mais nem porquê, mesas de pedra criadas pelo estúdio japonês Nendo, e produzidas em Israel pela Caesarstone, tomam de assalto um palácio da Renascença. Onde? Só em Milão, claro. Onde mais seria?  

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