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Parabéns, Divino!

Hoje é um dia especial para quem aprecia o futebol jogado com arte. O grande Ademir da Guia, um dos maiores craques que vi em ação, completa 70 anos de idade. Para os leitores mais jovens que não tiveram o privilégio de ver essa fera jogar, basta dizer que ele era conhecido como "Divino". O apelido diz tudo, porque seu futebol era realmente divino.

Por Jornal da Tarde
Atualização:

 Ademir tinha uma elegância incomparável dentro de campo. Seus movimentos pareciam os de um bailarino, de tão bonitos.  Suas passadas longas enganavam os que o achavam lento, e ele tinha tanto controle sobre a bola que desarmá-lo era uma tarefa das mais complicadas. O Divino jogava com tanta simplicidade que tudo parecia ser fácil. Mas o que ele fazia só era fácil por causa do seu imenso talento. Para citar um craque recente, digo que o Zidane tinha um estilo bonito como o do Ademir.

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Não tenho dúvida de que o Divino tinha bola para estar no grupo de 70, mas era uma época de fartura de craques no meio de campo e cada treinador tinha as suas preferências. Se o Ademir jogasse hoje, a Seleção seria ele e mais dez. Como seria bom termos um jogador com a sua lucidez para fazer o time jogar e sua calma para dar confiança aos companheiros!  Se a coisa apertasse, era só dar a bola para ele.

Numa época em que o futebol é mais físico do que técnica e mais correria do que inteligência, as imagens das jogadas de Ademir da Guia deveriam ser exibidas com mais frequência para matar a saudade de quem viu o futebol brasileiro de verdade.

Divino, meu amigo, que Deus te dê muita saúde. Você foi um exemplo em campo e é um exemplo fora dele.

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