Vi que o presidente da CBF, o senhor José Maria Marin, esteve no Pacaembu domingo para acompanhar o clássico entre Corinthians e São Paulo. O velório e o enterro do Félix foram no Araçá, que é colado no estádio, mas ele não passou por lá nem sexta nem sábado. Mandou a secretária enviar uma coroa de flores e ficou por isso mesmo. Também não tenho notícia de que o arroz de festa do Marco Polo Del Nero, que vive grudado no Marin em viagens pelo mundo, tenha gasto cinco minutos do seu tempo para ir lá dar um abraço na família. Para completar, domingo só lembraram de fazer o minuto de silêncio em homenagem ao Felix no intervalo do jogo no Pacaembu. Antes do começo da partida fizeram um minuto de silêncio pela morte do conselheiro de um dos clubes. O Papel, assim como o Gérson, fumou demais durante muitos anos. Os dois não fumavam, eles comiam cigarro. O Félix tinha parado há uns dez anos, mas o estrago já estava feito. Ele tinha uns ataques de tosse muito feios, e se cansava bastante. Algumas vezes o vi de cadeira de rodas para se locomover. O que vou dizer pode parecer "chororô", mas é uma constatação não apenas minha, mas de muitos jogadores que foram campeões em 58, 62 e 70: o pessoal que jogou na Seleção de 94 para cá é tratado com mais carinho pela mídia e pela CBF do que nós. E foram os jogadores mais antigos, principalmente os de 58, que colocaram o Brasil no mapa do futebol.
O Papel se foi sem poder usufruir da justa e tardia aposentadoria especial que será paga aos jogadores que foram campeões do mundo pela Seleção. Mas pelo menos a sua família receberá esse presente a partir de janeiro.