PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Histórias de São Paulo

SP fez a cabeça de Ruy Barbosa

Por Pablo Pereira
Atualização:

Nestes dias de discussão sobre reforma na lei nacional da convivência privada, dos costumes, o Código Civil, fui aos arquivos relembrar essa adequação das normas à vida em curso. E encontrei Ruy Barbosa, no início da República, envolvido com o conjunto de princípios que tramitava no Legislativo.

PUBLICIDADE

Ruy era senador e foi crítico ferrenho do projeto do primeiro Código Civil brasileiro, que após anos no Congresso começou a valer em 1916. O documento produzido por ele é parte da história brasileira, sua famosa Réplica.

Ruy é personagem da formação paulistana. Sua história de vida foi, em parte, moldada na Faculdade do Largo de São Francisco. Partindo da obra para o autor, derivei para as impressões que ficaram da relação dele com a cidade, lugar que teria papel relevante no centro de seu pensamento: a troca de mãos no poder e o impacto dessa alternância no País.

Ruy era baiano, estudou no Recife, viveu no Rio, sede da máquina burocrática do poder de seu tempo (1849-1923). Mas conservou ligações com São Paulo, onde estudou (1867-70) e militou, mesmo de longe.

Era um jovem melancólico, como a cidade. Mas, também como a cidade, viveu aberto à mudança, como se observa nas décadas seguintes em temas caros a ele e a São Paulo, como a abolição e a República.

Publicidade

Por aqui, o Ruy-abolicionista colecionou adversários ao vetar, quando já ministro da Fazenda (1890), a criação de banco com fundos para indenização de ex-proprietários de escravos que reclamavam de prejuízos com a lei de 13 de maio de 1888. Essa ligação com a cidade aparece em diversos momentos das biografias do advogado, senador, diplomata e tribuno. E o acompanha até o fim da vida.

Entre páginas e páginas de homenagens, quando de sua morte, em 1.º de março de 1923, um artigo de O Tempo lembra que a doença já lhe provocava delírios. "(sic)Houve um terceiro discurso, em que Ruy imaginava-se numa das suas campanhas políticas. Elle fallava sempre com voz forte e com a eloquencia dos seus maiores dias da tribuna. Quando ia terminar, sentou-se na cama e bradou:

- Viva S. Paulo! Viva o dr. Washington Luiz!"

(

)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.