A começar pelo nome, a cidade de São Paulo é coalhada da religiosidade católica. Nasceu assim. Há muitas outras religiões representadas com seus templos de destaque, mesquitas, sinagogas. Mas os nomes de santos e episódios bíblicos são parte das ruas da cidade desde os primórdios da colina da Sé.
Outro dia, assisti a um vídeo que mostra isso nas estações do Metrô e outros pontos importantes da cidade. Todo esse envolvimento da Igreja está igualmente presente com força em outras cidades - vide Rio e também o interior paulista, que vivem sob as bênçãos de seus Cristos no alto de montanhas.
Nessa São Paulo das igrejas, desde a da Imaculada Conceição da Luz, de 1579, doação de Domingos Luís e sua mulher, Ana Camacho, como nos conta Leonardo Arroyo no livro Memória e Tempo das Igrejas de São Paulo (Companhia Editora Nacional, 2010), uma coisa que muito me chama a atenção são as pinturas decorativas e os vitrais, como aqueles centenários do Mosteiro de São Bento, fabricados por vidraceiros do Século 19.
Encontrei, também outro dia, um desses criadores de imagens de ambientes religiosos. É um padre de origem espanhola, agostiniano, que vive no Brasil há 50 anos: frei Miguel Lucas, de 74 anos. Pároco da Igreja de Santa Rita de Cássia na Vila Mariana, é autor de uma Santa Ceia que pode ser vista na própria igreja de Santa Rita. E tem obra até no Vaticano.
"Tenho uma Santa Ceia lá", diz o religioso, lembrando da tela. "Dizem que sou bom de pintar rostos", brinca padre Lucas, que também criou o roteiro de um DVD sobre a presença da religião nas estações do Metrô. A pintura a que ele se refere está na Curia Generalizia Agostiniana, do Vaticano, "bem perto das colunas de São Pedro".
Para ver algumas das obras do padre pintor, clique aqui ou abaixo: