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Argentina sofre para vencer a Nigéria

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Por Luiz Zanin Oricchio
Atualização:

Enfim, pensamos logo no começo, aqui temos um jogo de futebol. A Argentina dá início a uma verdadeira blitz nos primeiros momentos. Messi dá uma arrancada e Higuain desperdiça. Em seguida, Messi arremata e o goleiro defende. Aos 6' a Argentina se põe em vantagem com um gol de cabeça, de Heinze, na cobrança de escanteio por Verón. Irregular, como se viu, pois Verón segurou na área o nigeriano que deveria marcar a chegada do zagueiro argentino.

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Mas valeu, e a Argentina começou a dizer a que veio na África do Sul. Um time técnico, de troca de bolas, com um maestro (Verón) e um fora de série, Messi, disposto a mostrar que não joga apenas no Barcelona.

Mas a verdade é que a goleada que se desenhava no início não se concretizou. A Nigéria chegava com perigo de vez em quando, mostrando que o setor defensivo argentino não é o seu ponto mais forte. Como aliás já se sabia antes de a

Copa começar. E, no segundo tempo, com a queda da parte física dos argentinos, a Nigéria aparecia mais. A Argentina vivia de contra-ataques, alguns quase letais. Mas não marcava. A Nigéria pressionava, sempre falhando na hora da conclusão. É um time que pode disputar uma das duas vagas para as oitavas de final. Mas também é verdade que a Nigéria hoje joga um futebol mais genérico e menos inesperado do que em outros tempos. Europeizou-se. Muitos dos seus atletas jogam na Europa e é treinada por europeu. Entrou no ramerrão do tal "futebol mundial", esse genérico fast food, com gosto igual em qualquer parte do mundo.

A Argentina continuou até o fim em seu jogo clássico, tocando a bola de pé em pé. Quando pressentia uma brecha, Messi tentava a jogada individual e se infiltrava. Chutou muito a gol e só não marcou porque o goleiro da Nigéria, Elyama, que afinal está lá para isso, defendeu bem. Foi um dos melhores em campo. Ouço que joga em Israel. Mundo global é isso aí.

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No fim, a Argentina tocou a bola, para garantir a vitória, que é o que interessava, neste primeiro jogo. Por enquanto, é um time de sonho apenas no papel, com vocação ofensiva que não comprovou totalmente nesse primeiro jogo.

O torcedor brasileiro pode se pergunta: e o Messi? Na minha opinião jogou bem, buscou a iniciativa, arrancou várias vezes em direção à meta, chutou muito, trocou passes, quase marcou. Está disposto a provar que é, também, jogador de seleção. A meu ver, não tem nada a provar. É um fora de série, que dá gosto ver jogar. Sempre se pode esperar que dos seus pés saia alguma coisa diferente. E, em geral, sai. Está esquentando as turbinas para este que, esperam os argentinos, seja o seu Mundial. Veremos. A primeira impressão foi boa. Não excepcional, mas boa.

O jogo começou a todo vapor e parecia que iria ser eletrizante, talvez desenhando uma goleada argentina. Não foi assim. A Nigéria conseguiu compensar com vigor físico e boa disposição tática a melhor categoria dos argentinos. Poderia ter conseguido o empate. Mas faltou categoria para isso. No fim, a qualidade técnica é quase sempre o que faz a diferença.

Pelo que mostrou, a Nigéria pode ir para as oitavas, embora a Coreia esteja à frente do grupo com sua vitória por 2 a 0 sobre a Grécia. Já a Argentina, se quiser se confirmar como uma das favoritas ao título, deve melhorar, e muito.

Ao jogo, em si, eu daria uma nota 6.

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