Quem assistia ao show do lado de fora começou a se agitar, gritar algo que o músico não entendia. Ao que Gil respondeu, brincando, fazendo referências às manifestações que tomaram o País nas últimas semanas. "Ah, estamos em assembleia? Qual é a queixa? Tem alguma queixa relevante ou é como nas manifestações, tudo difuso?".
Descobriu-se que a queixa do público estava relacionada com o som. Alguns ajustes foram feitos e ele continuou a apresentação cantando "Domingo no Parque" acompanhado do filho Ben Gil e de Gustavo Di Dalva. "Um pouco antes, a editora inglesa Liz Calder, idealizadora do festival, usou o seu melhor português para se dirigir ao público que aguardava o show de Gil dentro ou fora da tenda: "O Brasil está no centro das atenções e nas páginas de jornais de todo o mundo. Tem a Copa, a Olimpíada e o povo nas ruas. Ver um país e seu povo bradar contra a desigualdade e a corrupção e ver uma presidente que escuta é algo raro."
No sábado, os protestos voltam a Paraty. Moradores organizam uma manifestação que deve fechar a ponte que liga o Centro Histórico e a Tenda dos Autores. O alvo não é a Flip, mas deve sobrar para ela. Liz comentou que a mostra está mais uma vez atenta ao que acontece. "Estar aqui é uma oportunidade de ouvir diferentes autores, suas palavras, ideias e músicas. Isso tudo é um tipo de renovação do espírito."
Ela repetiu o discurso em inglês para seus convidados estrangeiros e chamou o músico paratiense Luís Perequê para o primeiro show da noite - e alegria dos moradores da cidade, que assistiam de fora à abertura da festa. Sua apresentação durou pouco menos de 20 minutos.