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Futebol dentro e fora do campo

Opinião|O dilema de Dunga

Dunga convoca nesta quarta-feira a seleção brasileira para o amistoso com a Argentina, dia 11 de outubro,  na China - a equipe joga com o Japão três dias depois, mas o jogo com os argentinos é que interessa.

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Foto do author Almir Leite
Atualização:

Queria, ou melhor quer, e já deixou isso claro, repetir o máximo possível sua primeira lista, a dos jogos contra Colômbia e Equador, que marcaram sua reestreia na seleção.

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Isso significaria chamar seis jogadores que atuam no futebol brasileiro - os corintianos Elias e Gil, os cruzeirenses Ricardo Goulart e Everton Ribeiro, o botafoguense Jefferson e o atleticano Diego Tardelli.

Dizem que ele também cogita levar são-paulinos - Kaká e Ganso, por exemplo, estão muito bem.

O problema é que o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil estão em pleno vapor.

E os clubes brasileiros já avisaram que não querer ter jogadores convocados para partidas do outro lado do mundo nesta altura da temporada.

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Pressionam a direção da CBF, que deu total autonomia a Dunga, mas já fez chegar a ele que, se possível, deve evitar desfalcar muito os clubes - o ideal seria não desfalcá-los.

Para completar, ainda tem a seleção sub-21, a olímpica, que pretende fazer dois amistosos em território nacional no mesmo período e também vai recorrer a vários jogadores de clubes brasileiros.

Claro que nesse caso é mais fácil, pois pode até haver uma composição pela qual os jogadores ficariam por um tempo à disposição de Alexandre Gallo, jogariam os amistosos - parte deles, não ficando os 90 minutos em campo - e seriam devolvidos aos clubes para seus compromissos no Brasileiro e na Copa do Brasil.

Dunga, nesta terça-feira à tarde, quebrava a cabeça para decidir o que fazer (ele e o coordenador de seleções, Gilmar Rinaldi).

Duas possibilidades parecem mais factíveis: chamar apenas um jogador por clube brasileiro para a seleção principal ou simplesmente deixar todos de fora desta vez - nesse caso, aproveitaria para testar mais alguns europeus.

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Não convocar jogador apenas dos clubes que formalizaram pedido nesse sentido na CBF parece hipótese descartada, pela confusão que iria provocar.

Não se pode, porém, descartar a hipótese de Dunga convocar quem achar que deve, não se importando com o que poderá ocorrer no Brasileiro ou na Copa do Brasil com times que sofrerem grande sangria.

Afinal, uma das frases mais repetidas pelo treinador desde que reassumiu é: "O interesse da seleção está acima de tudo''.

Na prática, e na cabeça dos homens que comandam a CBF, não é assim.

Mas se háalgo de que Dunga ainda não abriu mão, esteja ele certo ou errado, é de suas convicções.

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Opinião por Almir Leite

Editor assistente de Esportes, cobriu 4 Copas do Mundo e a seleção brasileira por 10 anos

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