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Por Redação
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Numa época em que o Ibirapuera sequer havia sido planejado, o parque mais badalado de São Paulo era o Jardim da Luz. Localizado no coração da cidade, ele foi por muitos anos o ponto de encontro favorito da alta sociedade paulistana. Por décadas, visitantes ali só podiam entrar de chapéu e paletó. Alinhados, rapazes não abriam mão da bengala e do cebolão - o relógio pendurado no colete. Tudo para combinar com os vestidos elegantes e borzeguins de camurça usados pelas senhoras. Não por acaso esse cartão-postal paulistano era um dos pontos mais disputados pelos lambe-lambes no começo do século passado.

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Parque mais antigo de São Paulo, o Jardim da Luz foi inaugurado em 1798, como Jardim Botânico. Em 1825, com o crescimento das exportações de café, a alta classe paulistana passou a importar novos gostos europeus. Entre eles, construir grutas e lagos em áreas públicas. Em 1860, o Jardim da Luz perdeu parte de suas terras para a Estação da Luz. No fim do século, mais áreas foram cedidas para a construção do Colégio Prudente de Morais e do Liceu de Artes e Ofícios. Mas restaram relíquias, como o Coreto nº 2, de 1901, projetado pelo arquiteto Maximilian Hehl, o autor da Catedral da Sé.

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No governo de João Teodoro (1872-1875), o jardim recebeu melhorias. Entre elas, um mirante de 20 metros erguido para ser um observatório e batizado jocosamente de "Canudo de João Teodoro". Feita de tijolos ingleses, a construção começou a pender para o lado - como a Torre de Pisa - e acabou demolida em 1900. Em 1883, o jardim já havia ganhado iluminação elétrica. Foi numa noite de sábado, animada por bandas de música e show de fogos de artifício, em que quase três mil pessoas apareceram para prestigiar os caminhos iluminados por dez focos elétricos, arcos de gás e lanternas chinesas. No governo de Antonio Prado, prefeito da cidade de 1899 a 1910, o jardim recebeu mais melhorias, como novos bancos e calçamento. Foi sua época áurea.

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