Teste reprova 10 aquecedores de gás

SAULO LUZ - JORNAL DA TARDE

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Por Marcelo Moreira
Atualização:

Avaliação da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Pro Teste)concluiu que os principais aquecedores de água a gás do mercado estão fora dos padrões de segurança e oferecem risco de intoxicação e de queimaduras nos usuários.

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O levantamento registrou problemas de vazamento de monóxido de carbono (CO), o que pode ser fatal, caso o ambiente não tenha ventilação adequada, além de superaquecimento do aparelho.

A entidade testou 12 produtos, seis na versão gás natural (GN) e seis que utilizam gás liquefeito de petróleo (GLP). Apenas dois modelos foram aprovados e não apresentaram problemas.

Dez dos aquecedores analisados pela Pro Teste acumulam mais monóxido de carbono do que o permitido no ambiente em que estão instalados ou em suas chaminés. Os aquecedores da marca Sakura foram os que acumularam mais quantidade de CO.

"A norma técnica utilizada pelo regulamento do (Inmetro) define limite de 25 ppm (parte por milhão) no ambiente e concentração de 0,1% na chaminé. Os modelos da Sakura marcavam 182 ppm(GLP) e 206,97 ppm (GN), além de três vezes o volume de concentração permitido na chaminé", diz Dino Lameira, pesquisador da Pro Teste.

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"Como o monóxido de carbono é um gás sem cheiro e sem cor, se a exposição a ele for prolongada, pode ocorrer perda dos sentidos e levar à morte por asfixia", explica Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Pro Teste. Ela afirma que, todos os anos, são registrados casos de morte por falhas em aquecedores a gás.

Um dos que mais chamaram a atenção aconteceu em agosto de 2007, quando duas meninas, Kawai e Keilua - de 12 e 6 anos, respectivamente, morreram vítimas de intoxicação de gás no banheiro de um apartamento na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

Além da concentração de CO, foram detectados problemas de aquecimento dos equipamentos. Em alguns casos, a parte externa dos aparelhos superou 80ºC, o que pode provocar queimaduras.

Outro problema foi detectado com os aquecedores Comfort (GN e GLP), que não vêm com manual de instruções (só disponível no site do fabricante) e não tinham a etiqueta de conservação de energia do Inmetro, que é obrigatória.

Já os produtos Bosch só funcionaram durante cerca de 5 minutos, desligados por mau funcionamento do sensor que detecta alta concentração de CO. A Rinnai informa que está efetuando novos testes para verificar os resultados da Pro Teste e, havendo necessidade, fará ajustes.

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A Lorenzetti afirma que, embora satisfeita com o resultado que aprovou o Aquecedor LZ 2200 - GLP, continuará investindo constantemente em melhorias que visam aumentar a eficiência e a segurança de seus produtos.

A Bosch esclarece que seus aquecedores de água a gás possuem um dispositivo de controle dos gases queimados que avalia a condição de exaustão (chaminé) e desliga o aquecedor, em caso de irregularidades.

A empresa diz que, caso o sistema de chaminé não esteja instalado corretamente, o aparelho será desligado por segurança. Este tipo de dispositivo de segurança está previsto no regulamento do Inmetro.

As marcas Comfort e Sakura dizem que os resultados dos testes são diferentes dos laudos de aprovação dos aparelhos em laboratórios credenciados pelo Inmetro e questiona os métodos aplicados.

Também dizem ainda que os produtos sem a o selo de conservação de energia do Inmetro são de estoques anteriores ao processo de etiquetagem dos produtos,

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