Reajuste de aluguel será menor este ano

FABRÍCIO DE CASTRO - JORNAL DA TARDE

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Por Marcelo Moreira
Atualização:

Os reajustes de aluguel vão pesar menos no bolso do brasileiro nos próximos meses. A inflação medida pelo Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), indicador que geralmente é usado nos contratos desse tipo e que foi divulgado ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), encerrou abril com baixa de 0,15%.

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No acumulado de 12 meses, a alta foi de 5,38% - mas a tendência é que esse índice continue a cair e alivie as correções dos contratos.

Em abril do ano passado, por exemplo, o IGP-M acumulado foi de 9,81% - bem maior que os 5,38% de agora. O economista Fábio Romão, da LCA Consultores, lembra que em 2008 os preços de commodities (produtos em estado bruto) e alimentos dispararam, o que impulsionou o índice.

Com a crise econômica, ocorreu o movimento inverso: os preços de commodities e alimentos passaram a recuar, assim como o de outros produtos.

Em março o IGP-M já havia caído 0,74%. Desta vez, a queda foi de 0,15%. "O que faz o índice registrar deflação é a queda de preços que persiste na indústria", explica o economista Salomão Quadros, coordenador de Análises Econômicas da (FGV).

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Em abril, os produtos agropecuários - com destaque para a soja, que ficou 3,97% mais cara - reduziram a queda, mas ainda não se sabe se o IGP-M voltará a ser positivo. "O fato é que ainda temos a indústria em desaceleração", diz Quadros.

No entanto, o IGP-M acumulado de 12 meses - justamente o parâmetro utilizado para reajustar os contatos de aluguel - devem continuar caindo. "Na projeção da LCA, o acumulado deve chegar a 0,6% em julho", afirma Fábio Romão. "Este será o menor nível do ano."

Isso significa que os brasileiros que possuem contratos de aluguel reajustados no meio do ano quase não sentirão o aumento das parcelas. Em dezembro, o IGP-M acumulado deve chegar a entre 2,5% e 2,8%, segundo projeção da LCA - bem abaixo dos 9,81% registrados em 2008. Estabilidade

Para o economista Heron do Carmo, da Universidade de São Paulo (USP), a tendência é que o acumulado de 12 meses se estabilize próximo de 3% nos próximos meses. "No ano passado, o índice chegou a 15% e agora vai a 3%", diz.

Os reflexos dessa baixa, além de favorecerem quem aluga imóveis, poderão ser percebidos no ano que vem. Como muitos preços controlados pelo governo, como as tarifas de telefone e luz, levam em conta a variação do IGP-M nos 12 meses anteriores, a tendência é que os reajustes sejam menores.

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