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França, Estados Unidos, Russia e Reino Unido, além da China, são as potências com poder de veto no Conselho de Segurança, o mais poderoso órgão da ONU.
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O artigo 39, da Carta das Nações Unidas determina que: "O Conselho deSegurança deve determinar a existência de qualquer ameaça à paz, violação da paz, ou ato de agressão e deve fazer recomendações, ou decidir sobre que mecanismos adotar, de acordo com os artigos 41 e 42, para manter e reestabelecer a paz internacionale a segurança". O artigo 41 fala sobre medidas sem o uso da força armada, como sanções econômicas, isolamento político e corte de relações diplomáticas com o país violador. E o artigo 42 determina que, não sendo eficiente a aplicação da medida, o CS pode aprovar o uso da força contra o país em questão.
Outra prerrogativa do CS, prevista na Carta da ONU, é a proteção de civis. Somado a isso, em 2005, todos os países membros da ONU assinaram uma nova resolução, incorporada pelo CS, em que assumiam a responsabilidade de evitar assassinatos em massa.
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Quando o Conselho de Segurança se reuniu, ontem, para discutir a Líbia, os mortos pelas forças de segurança do ditador já contavam 300. Hoje, fala-se em 1 mil civis mortos. O resultado da reunião foi patético: uma declaração oficial em que os grandes líderes do mundo condenavam a violência, demandavam a proteção dos civis e chamavam Kadafi para um bate-papo político.
O mais absurdo: quem pediu a reunião foi um representante da própria Líbia na ONU, apresentando em seguida sua renúncia por se recusar a prestar serviços a um governo genocida.
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Se os líderes do CS conheciam tão bem Kadafi, como nos mostram as fotografias, e dispõem de mecanismos para impedir ameaças à paz e proteger civis, a pergunta que fica é: só agora Sarkozy, Obama, Putin e Cameron se deram conta de que o ditador da Líbia é uma ameaça à paz e à própria populacão? *
Mecanismos internacionais existem, já vontade política...
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Em 2004, sob o então presidente George W. Bush, os EUA cederam ao lobby das empresas americanas de petróleo e retiraram as sanções contra a Líbia, restabelecendo formalmente relações diplomáticas entre os dois países, segundo o site de jornalismo investigativo ProPublica.