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Diálogo intercontinental sobre futebol, com toques de política, economia e cultura.

As coisas nos seus devidos lugares

Carles: As "manitas" de Amã e da Cidade do México parece que colocam as coisas no lugar. Tanto a Celeste como a Tri estarão e já podem ir escolhendo alojamento, não?

Por Carles Martí (Espanha) e José Eduardo Carvalho (Brasil)
Atualização:

Edu: Ah, nem dá pra levar a sério. Se até o expedito Blatter já condenou publicamente as repescagens, depois disso então não tem mais jeito, provavelmente teremos mais times na próxima Copa para evitar esse desperdício. Da Jordânia não se esperava mais, mas os 'kiwis' sentiram a pressão do Azteca muito acima do normal. Foi um desastre.

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Carles: E sem exigir um grande futebol de Uruguai e México. Ambos vão precisar melhorar muito se quiserem passar do papel de meros coadjuvantes durante a Copa. Achei que o jogo dos mexicanos fluiu muito mais com a entrada do "Diego Costa" deles, o Sinha, no alto de seus 37 anos. Aliás, um estranho no ninho do "El Piojo", onde parece que só tem vez quem joga no América.

Edu: O Uruguai só precisou jogar concentrado para evitar alguma bobagem, porque a Jordânia facilitou todo o resto e, mesmo assim, complicou alguma coisa na defesa. Mas o México entrou, me parece, com as lições aprendidas quanto à cobrança nacional sobre empenho e seriedade. Sem as estrelas 'europeias', o mistão do América fez o básico com competência e confiou no contundente Peralta lá na frente. Sinha deu o toque de técnica, mas o time continua fraco e menos mal que conseguiu a 'manita', porque um placar mais apertado deixaria a eliminatória aberta para o jogo de volta.

Carles: Sem perigo lá nas antípodas. Certamente a especialidade do time de Ricki Herbert não é a capacidade goleadora. Ao menos, ele vai seguir se mantendo invicto à frente da seleção neozelandesa em fases finais de Copas - uma participação, na África do Sul 2010 e três empates. Nunca perdeu!

Edu: Justamente por isso era de se esperar alguma coisinha a mais do que esse jogo tosco, primitivo. O time tomando de quatro, cinco e goleiro buscando ganhar tempo nas reposições de bola. Sem contar que o decantado jogo aéreo foi um fiasco, além da propensão à pancadaria. O México se fartou nas bolas aéreas. No fundo, não dá para exigir muito de uma seleção que pratica futebol contra o nosso velho conhecido Taiti e a Nova Caledônia, entre outros menos glamourosos.

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Carles: Nova Zelândia certamente está aí pela decisão da federação australiana de mudar à Zona Asiática e tentar aumentar a competitividade do seu futebol. Se der resultado, como acho que vai dar e o México conseguir se classificar com esse grupo de jogadores nacionais, é provável que vejamos a 'Família Herrera' no Brasil, com maioria de jogadores do time do DF que ele levou à conquista do Clausura 2013.

Edu: No fim, depois daquela sequência de tragédias na Concacaf, acho que foi muito barulho por nada esse sofrimento mexicano. Era difícil de imaginar que o país onde a Adidas - uma velha sócia da Fifa - mais vende camisas de uma seleção nacional no mundo ficasse de fora. O futebol tem essas conspirações cósmicas, você sabe. Eu diria o mesmo para o Uruguai, um histórico vizinho brasileiro, com a tradição de duas copas vencidas e um Maracanazo no currículo. Com mais esses dois convidados confirmados, ficamos pela rebarba europeia - que promete mais equilíbrio - e pelas vagas africanas. Serão dias de tensão por aí.

Carles: Os cálculos da ESPN indicam que no caso de que México não conseguisse se classificar, a federação do país deixaria de faturar 650 milhões de dólares, 500 dos quais referentes às cotas de patrocínio das diversas seleções (80% para a absoluta) e pelos direito de imagem das diversas divisões das seleções nacionais. O resto é o que as redes de televisão esperam arrecadar com a venda de espaços publicitários, durante a transmissão dos jogos. Como o dono da Televisa, o gigante televisivo mexicano, é também o dono do América, não é de se estranhar o empenho dos jogadores no jogo de hoje.

Edu: Seria um desastre nacional de proporções inéditas para o futebol mexicano e também para a Televisa, que aliás administra o próprio Estádio Azteca. Dá para imaginar a pressão sobre a 'Família Herrera'.

 

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